domingo, 29 de maio de 2011

diálogos possíveis

Pensando no encontro lindo que tivemos ontem com o pessoal do Ilú, na apresentação, nas histórias, nas conversas após o espetáculo, na mesa do bar, deixo um trecho do Eugenio Barba que dialóga bastante com tudo que estamos vivendo e aprendendo juntas.

Um beijo no coração de todas,

Cecília

“O teatro antropológico só existe se está baseado nesta polarização. Por um lado, a pergunta 'quem sou eu?', como indivíduo de um determinado tempo e espaço; e por outro, a capacidade de intercambiar respostas profissionais, em relação a essa pergunta, com pessoas estranhas e longínquas no tempo e espaço. É no intercambio, e não no isolamento, que uma cultura pode desenvolver-se, ‘transformar-se’ organicamente. O mesmo é aplicável para os indivíduos e os profissionais de teatro. Não obstante, para que ocorra o intercambio, tem que se oferecer algo em troca. Neste sentido, o aspecto da identidade histórico-biográfica é fundamental para enfrentar seu pólo oposto, o encontro com o ‘outro’, o diferente, não para impor nossos horizontes ou maneiras de olhar, mas para permitir uma abertura que nos possibilite vislumbrar, além do universo conhecido, um novo território. Teatro Antropológico significa proteger seu próprio eixo, superando inseguranças, autodefesa, e expor-se a uma confrontação, a uma desorientação, a uma crise, para que o teatro, respeitando a lei da vida, flua e mude continuamente.”

Eugenio Barba


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