quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Conferência de Teatro Playback – Histórias do mundo inteiro

Dionisos e Nhemaria após a apresentação
de Brigadeiro de Colher em Frankfurt


Olá pessoal,

Gostaria de deixar aqui abaixo um texto do Vinícios, do Grupo Dionisos, que narra com muita sensibilidade a experiência que tivemos lá do outro lado do oceano.

Além do texto informar quem nos acompanha por meio deste blog, posta-lo aqui é também uma forma de coroar o encontro tão especial que tivemos com os artistas desta Cia catarinense, com quem pretendemos trocar muito mais daqui pra frente.


"Nossa viagem para a Europa nos rendeu milhares de historias! Conhecemos milhares de pessoas, passeamos muito, pedalamos, nos perdemos, fizemos novos amigos, reencontramos antigos e participamos de uma conferência com mais de 400 participantes do mundo todo. E é sobre esse encontro que falarei um pouquinho mais por aqui:

Durante os quatro dias da 10ª Conferência Internacional de Teatro Playback em Frankfurt – Alemanha, imersos num ambiente multicultural (30 países estavam representados por lá), tivemos a oportunidade de assistir, experimentar, aprender e trocar muito. Poder ver em um mesmo lugar apresentações de grupos do Japão, de Cuba, Suíça, Hungria, de Nova York e também do Brasil foi extremamente enriquecedor para todos, pois apesar de fazer Teatro Playback desde 2008, muitos dos integrantes do nosso grupo ainda não haviam visto nenhuma apresentação.

Dividimos-nos entre os vários workshops disponíveis, para que depois cada um pudesse trazer um pedacinho diferente para repartir com o grupo. Uma das melhores coisas dos workshops era estar em contato com gente do mundo inteiro e poder contar, escutar e representar histórias de culturas muito diferentes, mas que de certa forma refletiam nas nossas histórias.

A conferência também se mostrou uma ótima oportunidade para encontrar outros playbackers brasileiros. Estávamos bem representados por lá! Um dos momentos mais bonitos foi a apresentação do grupo Nhemaria de São Paulo, as seis atrizes do grupo apresentaram um espetáculo lindo, com vozes belíssimas e um gostinho de casa de vó, o Brigadeiro de Colher que as meninas fizeram encantou a todos e encheu d’água os olhos dos brasileiros.

A conferência nos deu a oportunidade de entrar em contato com muita informação sobre o Teatro Playback, estar em contato com culturas diferentes e poder criar um espaço de troca.

Agora é sentar e juntar todos os nossos pedacinhos, para que possamos devolver para o povo daqui tudo que aprendemos com os povos de lá!"




quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Bodas de ouro"

Com os 3 espetáculos que fizemos na Alemanha, completamos 50 apresentações do "Brigadeiro de Colher". Um fim de ano mais que saboroso... que venha 2012!!!

sábado, 26 de novembro de 2011

Brigadeiro de Colher em Frankfurt

Hoje apresentamos nosso espetáculo pela primeira vez na Alemanha. Foi muito especial. A platéia foi muito calorosa e generosa. Histórias lindas, de saudade, de conquistas, de como é bom estar aqui... Nosso brigadeiro faz muito sucesso pelas bandas de cá!

Saudades,
Fernanda Schaberle

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz"
Guimarães Rosa

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Últimas apresentações de 2011 no Brasil

Olá pessoal,


Pra quem ainda não viu ou para aqueles que querem ver outra vez!

O Nhemaria participará novamente do projeto Teatro nos Parques, no dia 6 de novembro às 15h, no Parque Rodrigo de Gásperi, em Pirituba. Para ver mais entre no site: http://www.teatronosparques.com.br/

E estará na Mostra Teatro do Gueto do grupo Clariô como participante da mesa de debate (07/11) e apresentando Brigadeiro de Colher (10/11).
www.espacoclario.blogspot.com


E para quem quiser acompanhar a viagem do grupo pela Alemanha acesse nosso blog a partir do dia 19 de novembro.

sábado, 22 de outubro de 2011

Alemanha

Depois de um ano intenso, pleno de descobertas, conquistas, surpresas, o grupo passa por um momento muito especial: estamos nos preparando para o nosso primeiro festival internacional de teatro, a ser realizado em Frankfurt, Alemanha.

Já se aproxima a hora de arrumar as malas, de nos preparar para conhecer pessoas que também entendem o teatro como troca de experiências transformadas em arte, como o risco do momento que se parece com a vida, pois nada aqui é ensaiado nem planejado: mergulhamos na arte de deixar a intuição nos guiar rumo ao que não conhecemos, para descobrir no outro nossas próprias histórias e, em nós mesmas, a história do outro...

Dá um friozinho na barriga, uma expectativa gostosa e nem dá pra acreditar que o tempo passou tão rápido!

Deda

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Brigadeiro de Colher" na semana das crianças - Fotos: Arô Ribeiro

Muito especial nossa apresentação no Instituto Ethos. Foi diversão pura! Obrigada a todas as crianças e as histórias lindas... Beijos,
Fernanda Schaberle









quarta-feira, 12 de outubro de 2011

"A vida inventa! A gente principia as coisas, no não saber por que, e desde aí perde o poder de continuação – porque a vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada.”Guimarães Rosa

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

"Brigadeiro de Colher" na Morada São João - SP

Foi com muito prazer que apresentamos na Morada São João, uma tarde especialíssima!!! Que pessoal animado, heim! Descobrimos muitos artistas por lá... Obrigada a todos e até a próxima. Fernanda Schaberle

terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Pois um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo o que veio antes e depois." (Benjamin)

Tentando entender ou construir o sentido do nosso trabalho... sem limites...

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Fotos Vila Maria Zelia


A temporada na vila se foi e já deixa saudades...
Foram 4 domingos recheados de histórias, de revelações sobre a nossa cidade, sobre a nossa gente... O amigo querido, ator e fotógrafo Ronaldo Serruya registrou um pouquinho da poesia deste encontro delicioso!

Obrigada associação Vila Maria Zélia, obrigada Grupo XIX, obrigada platéia querida, novos e velhos amigos que dividiram um pouquinho da sua trajetória com o Nhemaria, fazendo o nosso brigadeiro cada dia mais consistente e gostoso.















quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Brigadeiro de Colher

Ontem fizemos um espetáculo muito especial...
Obrigada ao restaurante Apfel, pelo acolhimento, e ao grupo do Comviva, que foi assistir, pelas histórias.

E para quem ainda não assistiu... este é o último domingo na Vila Maria Zélia...

domingo, 18 de setembro de 2011

Depoimentos da plateia


É muito gostoso quando o espetáculo termina e a gente corre pra caixinha de depoimentos deixados pela plateia e pode ler palavras tão preciosas. Em Araras foi assim. Um verdadeiro encontro.
Obrigada, pessoal de Araras, por esse dia tão especial, pelas histórias tão intensas. Que brigadeiro mais saboroso!
Ficam abaixo algumas de suas palavras.








sábado, 10 de setembro de 2011

Brigadeiro na Vila Maria Zélia, pesquisa do Relicário: fase intensa!

O Grupo Nhemaria está em fase de pesquisa de seu novo espetáculo, "Relicário", que teve abertura de processo na Biblioteca São Paulo, em agosto. Tentamos entender como encenar histórias de vida marcadas pelo texto escrito. Nos ensaios tem surgido novas formas de encenação dessas histórias, abrindo todo um universo de pesquisa pelas formas escritas da palavra. Sinto que o trabalho amadurece a cada dia, e a cada dia abre novas possibilidades...

O que deve ser encenado, por que, como? Questões levantadas e trabalhadas no dia a dia das apresentações do "Brigadeiro de Colher" (nosso primeiro espetáculo, em temporada na Vila Maria Zélia, até o final de setembro, sempre aos domingos) continuam nesse novo espetáculo. É sempre delicado esse trabalho de transformar em uma forma artística um momento da vida de alguém... Surgem dúvidas, questões, conquistas, descobertas, aprendizados... ufa! Infinitamente...

Nessa fase da pesquisa, fomos atrás de textos que nos marcaram, para levar aos ensaios. Publico aqui um poema do Drummond, triste e belo, de um livro que leio há muitos anos, que marcou a minha vida por ter me ensinado a gostar de poesia. O livro é "A Rosa Do Povo", o poema vem a seguir:

Consolo na praia

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.

O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
mas o coração continua.

Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.

Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?

A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-se, de vez, nas águas.
Estás nu, na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

bjos a todos, esperamos vcs na Vila Zélia para um brigadeiro recheado de histórias!

Deda

terça-feira, 30 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

"Brigadeiro de Colher" na Biblioteca SP


Aniversário do Brigadeiro

Neste fim de semana a peça Brigadeiro de Colher completou um ano de vida, desde sua abertura de processo no dia 20 de agosto de 2010. Desde lá foram 35 apresentações deste delicioso espetáculo por todo estado de São Paulo. A comemoração aconteceu na Biblioteca SP, com um público lindo e, é claro, as panelas de brigadeiro raspadas até o finalzinho.
Pra quem ainda não saboreou, tem outra temporada aos domingos de setembro lá na Vila Maria Zélia, um espaço perfeito para apreciar nosso Brigadeiro neste início do 2o ano de vida da peça!!
Parabéns, meninas!
Vida longa pra nós!
Vida longa para as histórias!

Beijos, Cecília

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

E lá do outro lado do mundo...

"[...] Se deixarmos esses velhos levarem suas experiências com eles para as suas sepulturas, sinto que estaremos cometendo uma séria injustiça. Todos eles têm histórias para contar; e, mesmo que essas histórias soem ignorantes, tolas, talvez criminosas, elas serão úteis por nos forçar a refletir sobre o progresso que veio depois".

Xinran. Testemunhas da China: vozes de uma geração silenciosa.

sábado, 30 de julho de 2011

SESC Bauru esta semana, duas lindas experiências: um espetáculo e um workshop para terceira idade.
















Agradeço a presença de todos que participaram do espetáculo e do workshop de playback, pelos belos momentos de delicadeza e aprendizado. É lindo fazer playback com pessoas com tanta experiência de vida e tantas histórias para contar... Saí de Bauru muito emocionada e feliz... Obrigada!


deda







domingo, 24 de julho de 2011

Encontros...

Olá pessoal,

Deixo aqui um trecho de "O Ponto de Mudança" do Peter Brook que parece que foi escrito para nossas duas últimas apresentações nos parques...

Beijos muito felizes por todos os encontros que o Nhemaria nos tem proporcionado!

Cecília

“Improvisação significa que os atores chegam diante de uma platéia preparados para estabelecer um diálogo, não para dar uma demonstração. (...) Aprendemos que a improvisação é uma técnica excepcionalmente difícil e precisa, muito diversa da idéia de happening espontâneo. Improvisar requer dos atores amplo domínio de todos os aspectos do teatro. Requer treinamento específico, grande generosidade e também senso de humor. A improvisação genuína, que leva ao verdadeiro encontro com a platéia, ocorre apenas quando os expectadores sentem que são amados e respeitados pelos atores. Aprendemos que em razão disto o teatro improvisacional deve ir aonde as pessoas vivem.“

Peter Brook

terça-feira, 19 de julho de 2011

Teatro nos Parques

Linda a apresentação do "Brigadeiro de Colher" no Parque Linear São José! No próximo sábado (23/07) estaremos no Parque Guarapiranga, as 15h.














terça-feira, 12 de julho de 2011

Lendo o Abreu e encontrando cada vez mais o sentido para o que fazemos...

"Não existe experiência coletiva. Existem acontecimentos, fatos coletivos, como a guerra, peste e morte que em determinado momento podem atingir indivíduo ou sociedade como um todo. No entanto, a experiência de cada um desses acontecimentos só pode ser absorvida individualmente. O que não quer dizer que uma experiência não possa ser compartilhada, imaginada, comunicada e sensibilizada. Ao contrário, é de fundamental importância que toda experiência humana significativa possa ser comunicada tendo em vista a criação de um repertório comum de experiências, material básico para o desenvolvimento de uma consciência coletiva. E consciência coletiva é o que plasma o surgimento de um destino comum. E destino comum é o que orienta e dá forma ao que chamamos de comunidade, cidadania ou nação.



Essa transmissão de experiências individuais para a esfera coletiva dá forma ao que chamamos "imaginário". Um imaginário - repertório de imagens comuns a uma cultura e, em decorrência, de histórias, tipos, crenças, conceitos e comportamentos - é necessariamente uma criação coletiva. Mais, um imaginário é determinado por condições objetivas, sociais, históricas. Ou seja, não há a possibilidade de um indivíduo criar uma imagem fora do imaginário de seu meio. Por exemplo, na Idade Média seria possível haver um herege mas nunca um ateu dentro daquele imaginário totalmente religioso. O que não quer dizer que o imaginário não seja algo profundamente dinâmico. Cabe ao artista, ao homem criador, perceber, nas condições objetivas do processo histórico e social, as possibilidades de surgimento de novas imagens e dar luz a novas histórias, idéias, crenças, que vão integrar o imaginário de sua época."

Luis Alberto de Abreu em A Restauração da Narrativa

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Amanhã tem apresentação do espetáculo ''Brigadeiro de colher''
SESC S. José do Rio Preto

''(...)
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida''

(Chico Buarque/Edu Lobo)

MERDA meninas!

sábado, 18 de junho de 2011

Elegia

Há coisas que a gente não sabe nunca o que fazer com elas...
Uma velhinha sozinha numa gare.
Um sapato preto perdido do seu par: simbolo
Da mais absoluta viuvez.
As recordações das solteironas.
Essas gravatas
De um mau gosto tocante
Que nos dão as velhas tias.
As velhas tias.
Um novo parebte que se descobre.
A palavra "quincúncio".
Esses pensamentos que nos chegam de súbito nas ocasiões mais impróprias
Um cachorro anônimo que resolve ir seguindo a gente pela madrugada na cidade deserta.
Este poema, este pobre poema
Sem fim...

Mário Quintana

Deixo esse poema delicado que dá um quentinho no coração, para vcs, meninas, lindas companheiras de trabalho e descobertas... obrigada pelas descobertas...
e deixo para quem mais ler esse blog, feito das pequeninas grandes coisas da vida, como as histórias dos nossos espetáculos.

Deda

domingo, 29 de maio de 2011

diálogos possíveis

Pensando no encontro lindo que tivemos ontem com o pessoal do Ilú, na apresentação, nas histórias, nas conversas após o espetáculo, na mesa do bar, deixo um trecho do Eugenio Barba que dialóga bastante com tudo que estamos vivendo e aprendendo juntas.

Um beijo no coração de todas,

Cecília

“O teatro antropológico só existe se está baseado nesta polarização. Por um lado, a pergunta 'quem sou eu?', como indivíduo de um determinado tempo e espaço; e por outro, a capacidade de intercambiar respostas profissionais, em relação a essa pergunta, com pessoas estranhas e longínquas no tempo e espaço. É no intercambio, e não no isolamento, que uma cultura pode desenvolver-se, ‘transformar-se’ organicamente. O mesmo é aplicável para os indivíduos e os profissionais de teatro. Não obstante, para que ocorra o intercambio, tem que se oferecer algo em troca. Neste sentido, o aspecto da identidade histórico-biográfica é fundamental para enfrentar seu pólo oposto, o encontro com o ‘outro’, o diferente, não para impor nossos horizontes ou maneiras de olhar, mas para permitir uma abertura que nos possibilite vislumbrar, além do universo conhecido, um novo território. Teatro Antropológico significa proteger seu próprio eixo, superando inseguranças, autodefesa, e expor-se a uma confrontação, a uma desorientação, a uma crise, para que o teatro, respeitando a lei da vida, flua e mude continuamente.”

Eugenio Barba