“Sim, se, graças ao esquecimento, não
pôde estabelecer nenhum laço, tecer malha alguma entre si e o momento presente,
se ficou em seu lugar, em seu tempo, se conservou sua distância, seu isolamento
no côncavo de um vale ou no cimo de uma montanha, a recordação faz-nos respirar
de repente um ar novo, precisamente por ser um ar outrora respirado, o ar mais
puro que os poetas tentaram em vão fazer reinar no Paraíso, e que não
determinaria essa sensação profunda de renovação se já não houvesse sido
respirado, pois os verdadeiros paraísos são os que perdemos.”
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